domingo, novembro 7

É de manhã. O silêncio é arrepiante, a maquilhagem está esborratada de todas as lágrimas que ontem escorreram. Apenas te observo, enquanto ainda dormes em pleno cenário de guerra, calmamente dormes. Ontem foi uma guerra, onde se bombardearam palavras sem pensar, ameaças sem as sentirmos. Onde por parvoíce atacamos aquilo que mais gostamos em todo o mundo, mas esquecer e seguir em frente é o que quero.
Acordas, e apenas peço-te que me abraces, a voz sai tremida, tento controlar as lágrimas, apenas quero te ter a meu lado, sentir o teu abraço e recompor tudo outra vez. No ínicio tudo parece óptimo, o díficil depois é continuar assim. E sim, certas vezes os animos exaltam-se, as palavras saem sem querer, e o arrependimento que vem a seguir quase que parece matar, mas se sentir o teu abraço, ouvir a tua voz, tudo é melhor, e é apenas o que preciso, pois aqui serás sempre tu a ganhar, mesmo que eu tenha razão. Eu só quero ser feliz ao teu lado, é tudo o que mais quero. Dás-me esse privilégio? Posso ser tua para sempre?
Tentei apagar de mim todos os teus vestígios. Aos poucos e poucos, tentei (sim, tentei!) não dizer mais o teu nome, de forma a não me lembrar de ti a todos os instantes, escondi tudo o que me deste, evitei pensar em ti, de forma a tornar isto menos doloroso, mas no fim, percebi que isso é impossível. Sim, tentei, uma vez e outra, várias até, todas sem algum efeito.
A tua marca ficou me gravada por todo o corpo, está irrefutavelmente para sempre no meu coração, quer dizer no teu, pois meu, só o meu sentimento por ti. De resto, sem dúvida alguma pertence-te, desde o primeiro beijo.
Certezas? Certezas apenas tenho uma, e uma apenas. Encontro-me perdidamente apaixonada por ti, é impossível nega-lo, quanto mais tentar escondê-lo, eu própria me denuncio. Quando te vejo, é como se mais ninguém existisse neste mundo, tu és a única pessoa que interessa, a única a quem pertenço, tu és e sempre serás o meu amor.

quarta-feira, novembro 3

A noite já vai alta, apesar da escuridão ser imensa. E nesta escuridão há palavras que ficam por dizer, e apenas um sorriso é fingido, com esperança que seja credível.
Perguntas-me o que quero, e apenas te posso responder que não quero nada e quero tudo. Dizes que queres respostas, certezas, mas e eu? Eu não quero nem respostas nem perguntas, nem certezas ou incertezas, não quero vida nem quero morte, não quero nada e quero tudo. Mas quando irás perceber que não te peço o mundo, nem o universo? A única resposta ao que quero és tu! Tu és tudo e és nada, és o tudo que anseio e o nada que escondo, és a minha fragilidade e a minha segurança, és vida e morte, és dor e prazer, és droga e magia, és tudo e nada.
Tic tac, tic tac ... O tempo acabou-se! O jogo parou! A noite foi! E o sonho também.

terça-feira, novembro 2

Tempo

O tempo passa, o relógio avança, como é de esperar. Mas eu não, eu continuo no mesmo lugar de sempre. Esperando, ansiando, desejando-te aqui, bem perto, mas não há mais nós. Tu e eu seguimos caminhos diferentes, tento preservar uma amizade que ficou, mas é díficil quando o meu coração ainda bate por ti, quando todo o meu sentimento por ti não mudou. É díficil estar contigo e não te poder abraçar, beijar.
É complicado olhar-te e esperar ouvir aquele "amo-te" que nunca mais vem, e posso esperar até ao último dia que ele nunca mais será pronunciado, ele desapareceu. Acabou! E com ele todas as promessas foram em vão e de nós apenas memórias, memórias de beijos, sorrisos, lágrimas, memórias de ti. Pensei, acreditei no para sempre que me prometeste, no mundo que me deste, em toda a felicidade que me garantiste, e tudo o que ainda quero é a ti. Quando olho para ti sinto-me tonta, anseio pelo teu toque, e necessito urgentemente da próxima dose, se não morrerei, e comigo tudo o que um dia fomos. Apenas em ti restará uma infíma parte de nós, tudo o que foi verdade, tudo o que me deste, tudo o que me amaste.

segunda-feira, novembro 1

(In)certezas!

(In)certezas que percorrem as veias, corroem o pensamento, amaldiçoam o corpo e destroem o sentimento. Magoam, cortam e crucificam este coração, pobre coitado, preso numa mente outrora inocente, agora infectada por esta sociedade demente e incosciente do que realmente é sentir, pois já o não fazem há decádas. Pensam hoje que o amor, é um simples gostar, sem mais nada, é só dizer e esse sentimento passa a existir. Ouvi várias histórias antigas, onde por amor era até à morte, onde por amor se criavam fantasias, demasiado belas, mas que me permitiram crescer a pensar nesse tão grande e maravilhoso sentimento, que um dia seria eu. Mas as incertezas começaram a aparecer, uma e outra vez, esporadicamente, até um dia ser tudo o que me restava. Comecei a duvidar, a procurar respostas e a questionar tudo à minha volta, comecei a tentar perceber quem era, mas no fim, as incertezas dominaram-me. Ocuparam tudo o que havia e levaram a sua avante, criaram o que hoje é o mais normal, alguém que não acredita no amor, porque a levaram a desacreditar. Mas afinal, o que é o amor?