sexta-feira, novembro 12

Ilusão

Todas as manhãs, o mesmo sacríficio, levantar e encarar o mundo. Tomo o meu banho, com as lágrimas a correr, despacho-me e ainda caem, saio porta a fora e ponho o maior sorriso cínico possível (até me doi fazer isto), finjo, finjo o melhor possível que sem ti tudo está bem, mas não passa de uma grande mentira, que no fim do dia, deitada outra vez, acaba, e as lágrimas? Essas voltam, são a minha única companhia.
Passo os dias numa ilusão, que eu própria crio, que estupidez! Até a mim própria tento mentir, mas acho que é a única maneira possível de apaziguar a dor, por umas meras horas. Os dias passam por mim, e são todos iguais, sem alegria e cheios de cinismo, é um bem-estar que nem existe (e por quanto tempo será?).
Neste momento, era suposto pensar no meu bem estar (mas nunca o fiz, porque o faria agora?) , tu és quem vem sempre em primeiro, em segundo, em terceiro, e por aí a fora. Se tu estás bem, eu estou bem, desde que te faça feliz a ti, nada mais interessa. Nem que me faça o pior mal de todos, é em ti que quero ver a felicidade estampada. Só mais um momento, só mais um sorriso teu e a minha vida está completa.
Mas certas vezes, pareces que te esqueces que sou completamente apaixonada por ti, que por ti vivo e que por ti morreria! E sou alguém que já não te interessa para nada, que é reciclável (sei que estou enganada) porque tu em certas alturas (poucas agora) mostras-me que ainda significo algo para ti (ou então sou eu que me iludo já), que estava errada, completamente errada.
E todos os dias, é o mesmo, fingir, apenas fingir.

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